segunda-feira, agosto 28, 2017

RESULTADO MÍNIMO, JUSTIÇA MÁXIMA.

 

Liga NOS
4ª jornada
Estádio Municipal de Braga
Sportv: 20:15 horas
Tempo e relvado: bons
Espectadores: 21 383 (7000 +- adeptos do FCP)
2017.08.27


               SC Braga, 0 - FC do PORTO, 1
                                     (ao intervalo: 0-1)


FCP alinhou: Iker Casillas, Ricardo Pereira, Felipe, Iván Marcano (C), Alex Telles, Danilo Pereira, Óliver Torres, aos 72' André André, Jesùs Corona, aos 45' Otávio, Yassine Brahimi, aos 81' Hèctor Herrera, Marega e Aboubakar.

Equipamento: oficial tradicional.
Treinador: Sérgio Conceição

Árbitro: Carlos Xistra (Castelo Branco)

GOLO: 0-1 aos 7', por Jesùs CORONA, na conclusão de jogada iniciada em Aboubakar, continuada em dribles por Yassine Brahimi dentro da área, e concluída numa pincelada genial do avançado portista a fazer passar a bola em arco por cima da cabeça de Sequeira (1,92m de altura!), batendo forte e raso ainda no ar sem chance de defesa para Matheus. Um golo de arte para encaixilhar e admirar!


        Triunfo inquestionável do Futebol Clube do Porto, que premeia uma exibição consistente, serena e capaz, contra uma equipa previsivelmente motivada e num ambiente tradicionalmente hostil à cor azul e branca, o qual só peca por escasso face à superior qualidade do futebol demonstrado e ao número de situações de golo criadas e não concretizadas.


       A vitória alcançada no reduto da "reserva índia lampiónica", ontem invadida e ocupada com mais de sete mil corajosos apoiantes, confirma a ascensão progressiva do valor da formação comandada por Sérgio Conceição, e justifica a ascensão ao primeiro lugar da tabela classificativa com quatro vitórias em igual número de jogos, e com nove golos apontados e nenhum consentido!


      O FC do Porto entrou a mandar no jogo e durante cerca de trinta e cinco minutos dominou de modo brilhante em todos os itens de uma genuína partida de futebol. Superando com naturalidade e paciência a tendência agressiva dos bracarenses na disputa do esférico, o jogo da equipa portista fluía com a certeza dos passes e trocas posicionais dos jogadores, em toada sempre ofensiva, cabeça, olhos e pés orientados para a baliza de Matheus, sujeito a "trabalhos forçados" de que aliás conseguiu safar-se com um único furo no muro que levantou. Com o aproximar do intervalo, os locais esboçaram uma reação à superioridade do incómodo visitante, todavia sem criarem situações de grande dificuldade para Iker Casillas.


       No período complementar houve mais divisão de relvado e de posse de bola, mas as maiores e melhores oportunidades de chegar ao golo couberam sempre aos avançados do FC do Porto. Aos 68' Aboubakar recuperou a bola no meio campo do Braga e isolado rematou precipitadamente e adiou a degola da vítima. No período complementar, Iker Casillas não foi confrontado com um único remate direto à sua baliza. Mérito da compacta e firme defesa do Dragão.


      É certo que o SC de Braga está a construir uma equipa muito combativa e bem estruturada, com alguns jovens mas muito bons jogadores, bateu-se até ao esgotamento para conseguir o melhor resultado possível; contudo não possui neste momento futebol bastante para, dentro da normalidade, vencer o Dragão motivado, autoritário e ambicioso que Sérgio Conceição e a sua equipa técnica lhe estão a incutir.

      Numa análise geral não encontro jogadores chamados a jogo por Sérgio Conceição com déficit negativo na exibição. Iker, sem trabalho de grande dificuldade, Felipe, Marcano e Telles tiveram desempenhos de grande eficácia e acerto. Danilo Pereira, quer na posição de entrada quer depois mais adiantado, faz de trave mestra da estrutura do conjunto; Óliver Torres muito bem a recuperar o esférico e a servir com precisão quer no passe curto como de longa distância. Saiu por desgaste, como Jesùs Corona, este com uma exibição e golo soberbos; Yassime Brahimi logrou protagonizar, quiçá, exibição do melhor que lhe tenho lembrada desde que veste de azul e branco: cirandou com a bola sem ser excessivo, desceu para a recuperar e levá-la até à área para rematar ou servir os colegas e rematou no momento certo. Outra exibição sóbria e muito assertiva foi a de Marega, tanto na dupla com Aboubakar, mais no miolo, quer depois da mudança para o 4x3x3 em que a equipa terminou, o maliano "desengonçado" comportou-se muito elogiosamente. Quanto ao camaronês Aboubakar, sempre disponível para a luta e para buscar oportunidades de golo, desta vez voltou a ser  ineficaz. Otávio, desde o início da segunda parte a assimilar bem a missão destinada, e André André e Hèctor Herrera, chamados ao jogo aos 72' em 81', respetivamente, entraram com facilidade no jogo da equipa e seguraram a defesa do meio campo para cercear os movimentos ao adversário.

      Carlos Xistra esteve longe de um desempenho assertivo e imparcial. Deu rédia solta nas repetidas e agressivas entradas pela disputa de bola a alguns jogadores do Braga, nomeadamente a Fransérgio, poupando-o à expulsão. Foi lesto na amostragem de cartão amarelo a Óliver pelos gestos do jogador portista e perdoou ao prevaricador o alaranjado que a falta que sofreu merecia. Castigou Corona com cartão amarelo quando este travou um contra ataque junto à linha lateral ainda antes do meio campo, e não viu a bofetada com que Fransérgio (?) o atingiu ao tentar ultrapassá-lo. Aos 75' Aboubakar leva empurrão nas costas dentro da área junto à linha de fundo, mas Xistra, a favor do Futebol Clube do Porto, jamais marcaria esta falta. Recuperámos a fórmula antiga: temos de jogar o dobro ou o triplo do adversário para vencer o jogo.

    

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